Blablaismo Autoritário Facista Conjugal

Você não sabe o que é isso?
– Eu também não, acabei de criar – Isso está presente em 70% das relações conjugais do Planeta, e estima-se que em 82% das mesmas relações, se incluirmos nas estatísticas, Marte, Vênus, Plutão e a Casa Branca.


Eu, particular e sinceramente, estou fora desses 70% - ou como queira,82% -, pois todas as minhas conversas conjugais têm fins benéficos à saúde mental, atividade física e proteção da testa.


Segundo as persistentes pesquisas e às minhas fontes seguras, o casal “modelo” do século XXI é do tipo pouca fala, muito grito, nenhum assunto e sexo aos fins de semana.


Se baseando nessas pesquisas, montamos – não sei por que falo no plural, sou só eu mesmo – a semana de um casal do tipo:


Na segunda-feira o homem está em um tremendo mau-humor, pois vai trabalhar, já sabe que vai cumprir mais que seu expediente e ainda levar uns “esporros” do chefe...

Pior é a mulher se estiver de TPM, pois soltará até fogo pelo nariz, e se estiver na fase “pré-TPM”, propriamente dita, vai estar tão melosa que cairá aos prantos e pensará no divórcio, pois o homem só quer trabalhar e não lhe dá atenção.


No fim da noite quando o inútil do marido finalmente chega em casa – depois de ser assaltado –, ela está assistindo Titanic na TV do quarto, com um pacote de lenços ao lado, já metade usado.

Aí chega o ponto culminante, eles vão conversar, mas em menos de 5 minutos os vizinhos já podem escutar a gritaria sem sentido do amoroso casal.

Tudo se repete todos os dias da semana, ficando cada dia mais estressante, pois a semana parece nunca acabar, e pra compensar a sogra ainda aparece na jogada, em plena quarta-feira – dia de ver o jogo de futebol na TV – para ajudar a filha e convence-la a largar o “pé-rapado”.

No sábado, ela se arrepende – mas só 30% - e vai falar com ele mais calmamente – isso não quer dizer sem choro e muito drama – e ambos se perdoam.

P.S.: Você já percebeu que nesse momento nenhum diz: “Eu te perdoo”? Pois é, eles preferem assumir a culpa: “A culpa foi minha, desculpa meu xuxuzinhoo!”.

Passam o sábado inteiro como no primeiro mês de casados/namorados/amigados – enfim, juntos – e prometem não mais brigar.

Chega o glorioso e tranquilo – já não tão tranquilo – domingo, todos se reúnem na casa da mãe dela. Isso significa: muito barulho, crianças berrando, cunhados bêbados e uma empregada fogosa.

Assim vão se desmanchando todo o encanto e juramentos do sábado à noite.

Chegam em casa, brigam novamente, dormem separados e acordam estressados na segunda para mais uma agitada semana de muito blablaismo autoritário facista conjugal.



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