Hoje com a digitalização fica muito mais fácil se falar em uma democratização dos meios de comunicação, principalmente com a Web 2.0 que permite qualquer um expor conteúdos, informações e opiniões. É um grande passo para a democratização, porém ela também tem que ocorrer nas grandes mídias, claro, não com as mídias deixando um espaço para os leitores, telespectadores, ouvintes, mas seria de bom grado elas assumirem uma posição perante aos acontecimentos, pois todos nós sabemos que é impossível o ser humano ser imparcial. E, portanto, assumir um lado seria no mínimo ético, pois é ridículo como a mídia está no nosso país, não assume uma posição, apesar de ser claro qual é.
Pegamos como exemplo a Veja, todos nós sabemos que ela é de oposição, mas de maneira alguma que ela assume isso.
A meu ver, a mídia retrocedeu nesse quesito, na época de 60, antes do golpe militar, a posição dela era clara. O Jornal do Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, Correio Brasiliense, todos esses apoiavam o golpe e, inclusive, publicaram editorias ofensivos contra Jango, porém, logo após o golpe e a ditadura começar, os mesmos que apoiaram o golpe, agora eram contra e também deixavam isso claro em seus editoriais.
Hoje os editoriais são praticamente nulos quanto à questão de posição e opinião do meio quanto à política, eles simplesmente preferem falar sobre mudanças no próprio veículo, alguma matéria que está na edição ou então um ou outro acontecimento de grande importância. Então, meus amigos, enquanto ficar essa baixaria de ser “imparcial” nós temos que fazer a nossa parte mostrando o que a sociedade quer, o que ela acha de determinado assunto, uma maneira de fazer isso é com blogs, escrevam em blogs, tenha o seu blog, comente o dia-a-dia do nosso país, do nosso planeta e assim teremos pontos de vistas variados sobre o mundo e poderemos pensar melhor sobre quais ações são necessárias ou não.
Um bom exemplo de jornal que tinha uma opinião sobre os acontecimentos e deixava claro seu lado é o Estadão, no início de 1964, este jornal publicou algumas manchetes e editorias com claríssima ofensa a Jango e apoio ao golpe, porém, como todos na época, ele achava que em 1965 iria ter novamente eleições diretas e o Brasil voltaria a ser uma democracia. Não foi o que aconteceu e após alguns anos foi instaurado o AI-5 e a censura prévia, sendo o jornal da família Mesquita um dos primeiros a sofrerem tal censura. Com isso, o jornal, passou a publicar receitas (que não davam certo) no lugar das matérias censuradas, para tentar mostrar de alguma forma que tinha algo de errado acontecendo, depois de muito enfrentar a ditadura, a família Mesquita perdeu o controle por 5 anos sobre o Jornal, e em forma de protesto, hoje não conta esses 5 anos na história do veículo. Já a Folha de São Paulo não só apoiava a ditadura, como também, emprestava as suas Kombis de distribuir jornais para os militares transportarem presos políticos, levando eles para os lugares de tortura.
Porém, nem tudo está errado, já faz alguns anos que vem sendo debatido esse tema no congresso e, inclusive, existe uma lei de criação de rádios comunitárias (não podemos pensar só na internet para expor nossas opiniões) onde, como diz o nome, a comunidade cria a rádio para debater assuntos que interessam a ela, e também com espaço para pessoas da comunidade emitirem a sua opinião sobre qualquer coisa, esse também foi um enorme passo rumo a democratização. Outra forma que o governo poderia adotar é tendo veículos de comunicações públicos, de domínio do estado, jornais, revistas, rádios, TVs. Apesar de já termos a Cultura e a TV Brasil (antiga TV Escola) e alguns jornais e revistas, o estado investe pouco nessa área, e a meu ver é algo de extrema importância, na Europa funciona assim, o estado tem vários veículos de domínio dele.
Seguindo uma política de desamericanização do sistema de comunicação brasileiro, e investimento mais em comunicação pública, acredito eu que em alguns anos podemos ter uma comunicação muito bem democratizada, mas por enquanto, estamos longe disso, pois só se vê cada vez mais a americanização da comunicação.
7 Papearam...:
Acredito que o fim da ditadura murchou um pouco a adrenalina que a mídia possuía ao expôr sua arriscada opinião. Até os músicos perderam o dom de compôr canções mais expressivas! Nem o Chico é mais aquele.
Só não muda essa lorota que é a política para concessão de Rádio e TV. Monopólio total com interesse puramente político/financeiro.
Isso não muda tão cedo!
Bjks
Com certeza. Link inserido.
Obrigada.
deveriam começar por equipar todos os centros culturais de Fortaleza com Internet wi-fi, aqui não é nada democrático, o Brasil ainda anda muito atrasado nisso.
BLOGdoRUBINHO
www.blogdorubinho.cjb.net
Ainda tem q se caminhar mais um pouco,mas acredito q vai se chegar lá,algumas cidades tem TV comunitária,mas o acesso é só p quem tem tv a cabo.
Pérolaflor.
Globalização, globalização...
É inevitável a tal de "americanização", mas eu acho q o mais importante (como vc mesmo escreveu) eh a democratização dos meios de comunicação, porque proporcionaria imformação p/ todos.
Ninguém é imparcial!
Acredite: nem imaginava que a Veja era oposição.
Temos nosso espaço na web mas, temos que ler o que queremos e o que não queremos.
Escrevo sobre Crepúsculo, imagina quantas pessoas passam por lá para criticar?
Sinal de democratização...
A digitalização da mídia televisiva chegou este mês a Recife, mas por aqui Democratização ainda é uma lenda. O processo está só começando, mas espero que continue progredindo, mesmo que de forma lenta.
Israel Leal
www.blogdoisrael.com
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